OS CENTROS ESPÍRITAS E AS CURAS

Maria Madalena Naufal

Jesus, o Terapeuta Divino, deixou bem claro que a finalidade da sua missão no nosso planeta era a cura espiritual, mas não se furtou a curar doentes do corpo, objetivando chamar a atenção das pessoas para a Boa Nova.

Nós sabemos que acima da cura do corpo físico (segundo Joanna de Ângeles, “a doença não é mais do que um sintoma do desarranjo do Espírito, em realidade o portador do mesmo”) está a reforma íntima, que é demorada, mas através dela somos levados ao equilíbrio espiritual, que, por sua vez leva ao reequilíbrio do corpo.

Jesus não só curava como recomendava aos seus apóstolos “Curai os enfermos que houver nas cidades visitadas, dizendo: É chegado a vós o Reino de Deus” (Mateus, 10:8). O Reino de Deus está dentro de nós. Para encontrá-lo temos que ter bons sentimentos e nos dedicar à prática da caridade.

A recomendação do Mestre serve para todos nós, espíritas ou não.

Jesus curou de diferentes modos, mostrando-nos o caminho a seguir. Inclusive fez curas à distância. Jamais, porém, contrariando as leis da Criação. Curou um homem com a mão ressecada, um surdo-mudo, vários cegos, uma mulher esquálida, uma curvada, uma febril, um epiléptico, hansenianos, paralíticos, obsedados, etc.

Como Jesus, o objetivo principal do Espiritismo é a cura das chamadas “doenças morais”, sem descuidar dos males físicos.

Esclarecendo-nos como uma cura se opera Allan Kardec registrou: “A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo está, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada, mas depende também da energia da vontade, que, quanto maior for, mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseja realizar a cura, seja homem ou espírito”.

Não deve ser motivo de espanto, muitos homens terem conseguido grandes curas, pois, como nos explica Ramatis, “Jesus advertiu que “no fim dos tempos, os homens fariam tanto quanto Ele e até mais”!” Este detalhe “muito mais” é porque Ele não manifestou todo o seu potencial ou poder de captação da “Luz terapêutica” que é irradiada pela misericórdia do PAI. Quem permite a cura é DEUS.

Para que a cura ocorra temos que observar algumas condições importantes: o poder curativo do fluido magnético dos médiuns, a vontade deles na doação de suas forças, a influência dos espíritos para dirigir e aumentar as nossas forças e as necessidades, méritos e fé daqueles que desejam se curar (nem sempre os socorristas têm êxito nas curas porque muitos doentes vivem em lugares ruins e têm sentimentos negativos).

É importante frisar que muitos doentes não podem ser curados porque os seus males representam resgates cármicos em andamento (a não ser que Deus permita).

André Luiz, na obra “Conduta Espírita”, psicografada por Waldo Vieira (FEB), esclarece: “A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.

Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa.

A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”.

Mesmo quando o doente não se cura, podemos pedir a atenuação do seu sofrimento e, em caso de desencarne, pedir assistência para ele no Mundo Espiritual. As nossas preces e o nosso empenho jamais serão inúteis.

Não devemos nos preocupar com a ingratidão daqueles a quem servimos nos nossos caminhos de amor. Lembremo-nos que Jesus curou e muitos foram ingratos com Ele. Só para dar um exemplo, dos dez hansenianos que curou, só um retornou para agradecê-Lo.

Como o Cristo, nosso modelo, todos nós que nos empenhamos na cura dos nossos irmãos, não devemos ficar tristes porque não nos agradecem ou não seguem imediatamente os postulados que defendemos. Nos grupos espíritas de cura, a doutrina sempre é passada. Nem todos, entretanto, estão preparados para aceitá-la ou compreendê-la na íntegra. Mas, a sementinha plantada, um dia nasce, nem que demore muito. Chico Xavier, conversando com o escritor Ranieri, certa noite, a propósito do grande número de católicos que procuravam a Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, querendo entrar para a Doutrina, após uma explanação sobre certos valores da Igreja, concluiu:

_Ranieri, nem eu, nem você, nem ninguém pode dar conta dessa gente toda. Não estamos preparados para recebê-los. Ainda somos muito poucos.

A Terceira Revelação está sendo implantada de forma segura e lentamente, pois está sob a supervisão do Espírito de Verdade (Jesus) e de uma equipe altamente preparada por Ele. Os recursos utilizados por nós, espíritas, são os mais diversos: livros, revistas, jornais, filmes, novelas, internet, palestras, reuniões de estudo, cursos, etc. Os locais também são diversos (casas, ruas, praças, estabelecimentos comerciais, ônibus, trens, etc.), pois sempre que procurados por pessoas necessitadas de esclarecimentos ou consolo, devemos atendê-las da melhor forma possível e depois, conforme os problemas, encaminhá-las a um Centro Espírita.

A mediunidade de cura é rara, espontânea e, sua ação é instantânea. O médium de cura age de diversas maneiras, tais como: imposição das mãos, um simples olhar, um gesto, um toque (uma mulher se curou só ao tocar as vestes de Jesus), etc.

Quem não tem mediunidade de cura, pode se dedicar a ela, desenvolvendo essa faculdade através de exercícios. Estando com saúde e equilibrados, podemos ajudar os doentes com passes, radiações, água fluidificada, etc.

Quem quer ajudar os irmãos necessitados, deve procurar estudar sobre o assunto, ter boa vontade, intenção reta, não fumar, não beber em excesso, não abusar de carne, ser sensato, prudente, além das qualidades já apontadas.

As curas podem ocorrer direta ou indiretamente (Jesus curou o servo do centurião de Cafarnaum à distância), com a utilização de fluidos leves ou pesados e uma infinidade de outros recursos.

Quanto às chamadas “operações mediúnicas”, para entender como se processam, remeto os leitores à obra do médium Waldemar Coelho “As Curas Maravilhosas no Santuário Espiritual Ramatis. Origem e causa das moléstias”. Na parte final há um capítulo denominado “A Psicotécnica Espírita nas Operações Cirúrgicas”, no qual Ramatis responde de forma clara e minuciosa, perguntas sobre o assunto.

Quanto ao uso do ectoplasma, remeto os leitores à obra “Curas através de Ectoplasma”, de Idalinda de Aguiar Mattos (Edição da IECBAB).

Para quem se interessa pela utilidade dos passes na cura de moléstias físicas e psíquicas, indico a obra “Passes e Radiações – Métodos Espíritas de Cura”, de Edgard Armond (Editora Aliança).

Um método de cura hoje bastante utilizado (que muitos pensam ser modismo) é a visualização, usada pelos xamãs, magos e médicos antigos, recomendado para a autocura. Embora usado há milhares de anos, o mérito do oncologista norte-americano Carl Simonton foi desenvolvê-lo no tratamento do câncer, a princípio. Hoje a técnica é usada em conjunto com outras terapias e também para diversas doenças. Médicos alternativos do mundo inteiro hoje a usam e, também, os que se dedicam a curas.

A visualização, portanto, pode ser usada, não só na autocura, mas também na cura do próximo. Miramez, na obra “Cura-te a ti mesmo”, psicografada por João Nunes Maia (Editora Espírita Fonte Viva), informa: “A visualização tem um poder criativo grandioso. Aquele que adestrou sua mente no trabalho de visualizar, quando se trata de enfermos, seja qual for a doença, e que conhece o poder do pensamento, principalmente quando se reúnem vários irmãos buscando estimular a cura em outros. Pelos processos de meditação, visualize o doente já curado, intercalando nesse mister leituras edificantes e preces, e nesse empenho, os benfeitores vêm nos ajudar, em nome do Cristo”.

Outro método utilizado e que tem obtido resultados positivos é a cromoterapia. Segundo a articulista Regina Azevedo (Revista Planeta, Edição 250, Editora Três) “No antigo Egito o deus Thot era considerado o mestre das cores, utilizando-as com propriedades curativas e para despertar faculdades espirituais. O uso de pedras preciosas de cores variadas e da água solarizada em garrafas coloridas eram práticas comuns à época. Na China, as cores eram úteis nos diagnósticos acerca da saúde e das dietas adequadas a cada paciente; na Grécia e na Roma antigas, a heliotropia (cura através dos raios solares) era prática comum. A Índia. Através da medicina ayurvédica, foi o país que mais contribuiu para o desenvolvimento de variadas alternativas, dentre as quais a cromoterapia, que explora as propriedades curativas das cores. Segundo a sabedoria hindu, a cor age sobre o corpo sutil do homem, atuando simultaneamente sobre a mente e o corpo”.

O artigo de Regina traz ainda valiosas informações sobre os estudos científicos sobre as aplicações das cores.

Através dos tempos a cromoterapia continua a ser usada para equilibrar, acalmar, sarar, restaurar, etc.

Para os interessados em se aprofundar no assunto, indico a obra “Cromoterapia – a cura através da cor”, de René Nunes (Linha Gráfica Editora). Nela o leitor irá encontrar informações detalhadas sobre os chacras, as cores e suas funções, o corpo humano e aplicações práticas das cores.

O passe mental cromoterápico requer boa-vontade, desejo de aprender e conhecer bem a sua utilidade. O exercício contínuo é muito importante.

O uso de lâmpadas coloridas requer certos cuidados. Só deve ser utilizado por médiuns aplicadores bastante capacitados, para que não ocorram queimaduras e outros problemas.

Também são usadas na cromoterapia as lanternas de pilha, a luz solar filtrada em vidros coloridos, etc.

Ao usarmos recursos os mais diversos, tanto para a nossa cura, como para a cura dos nossos irmãos, desde que comprovadamente eficientes, a doutrina espírita não perde nada da sua pureza doutrinária. Vejamos o que escreveu Allan Kardec na obra “Caracteres da Doutrina Espírita” (FEESP), item 55:

“Um último caráter da revelação espírita, que resulta das próprias condições nas quais é feita, é que, apoiando-se em fatos, ela é e só pode ser essencialmente progressiva, como todas as ciências de observação. Pela sua essência, ela contrai aliança com a ciência que, sendo a exposição das leis da natureza numa ordem de fatos, não pode ser contrária à vontade de Deus, o autor dessas leis. As descobertas da ciência glorificam Deus ao invés de diminuí-lo. Elas só destroem aquilo que os homens construíram sobre As idéias falsas que conceberam de Deus.

O Espiritismo não coloca, pois, como princípio absoluto senão aquilo que é demonstrado com evidência, ou o que resulta logicamente da observação. Relacionando-se com todos os ramos da economia social, aos quais presta o apoio de suas descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer categoria que sejam, tanto as que atingem o estado de verdades práticas, quanto as que saem do domínio da utopia, sem o que ele se liquidaria, deixando de ser o que é, ele trairia sua origem e seu objetivo essencial. O Espiritismo, caminhando com o progresso, nunca ficará ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem que está errado em algum ponto, ele se modificaria nesse ponto, se uma nova verdade se revela, ele a aceita”.

Para os que trabalham com curas, indico três belíssimas obras: “À Luz da Oração” (Antologia de preces mediúnicas), de Espíritos diversos, psicografada por Chico Xavier e compilada por Wallace Leal V. Rodrigues (Casa Editora O Clarim), Jesus e Atualidade , de Joanna de Ângeles, psicografada por Divaldo Pereira Franco (Editora Pensamento) e “Pronto Socorro, de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier (Cultura Espírita União).

Joanna de Ângeles chama Jesus de “o Divino Sol”. Nós, seres ainda inacabados, mas a caminho da perfeição, porque fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, que criou a todos nós, podemos, ao menos, ser um pequeno foco de luz, um vagalume, um pirilampo, mas usar essa luz para nos iluminar e iluminar os outros (somos todos necessitados), mas não nos falta nunca o Amor Divino e a Sua Misericórdia. Amando-nos e instruindo-nos, conforme nos ensina o Espírito de Verdade, vamos caminhando em direção à Luz Divina, meta de todos os seres criados por Deus.

Emmanuel, na obra “Pão Nosso”, psicografada por Chico Xavier (FEB), aconselha: “É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isso, contudo em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor”.

Vale salientar que as equipes de cura envolvem encarnados e desencarnados, com a nobre finalidade de ajudar os irmãos, utilizando recursos os mais diversos. Além das várias técnicas citadas, são utilizados medicamentos espirituais e até aparelhos para aplicações terapêuticas (vistos pelos clarividentes). Muitas curas são comprovadas por radiografias e atestados de laboratório.

NASCER, VIVER, RENASCER AINDA E PROGREDIR SEMPRE. TAL É A LEI”.Allan Kardec