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O ASPECTO RELIGIOSO DO ESPIRITISMO

            Espiritismo vem do francês Espiritisme. É uma doutrina filosófica, moral e científica, com consequências religiosas, que tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do Mundo Invisível. Foi codificada por Léon Hippolyte Denizard Rivail, francês de Lião, mais conhecido pelo criptônimo bretão de Allan Kardec, cuja atenção foi despertada pelos fenômenos mediúnicos de Hydesville, que tiveram início na residência da família Fox no finalzinho do ano de 1847. A codificação foi processada após várias experiências do codificador com alguns médiuns. Dessas experiências resultou, sob a orientação de entidades espirituais, o aparecimento da obra: Le Livre des Esprits (O Livro dos Espíritos), publicada em Paris no dia 18 de abril de 1857.

Kardec deixou claro que quanto ao aspecto religioso, na acepção tradicional da palavra, o Espiritismo não é uma religião. “Faltam-lhe, para isso, os implementos característicos: ritos, dogmas, sacerdotes e templos, segundo a concepção clássica. É o que pensa também Delanne. Outros, porém, declararam-no rotundamente religião. Neste caso, teremos de apelar para outro conceito de religião: a religião interior, num sentido subjetivo. Temos aqui um sentimento de fé, de confiança, de união, em relação a um Poder Supremo, que é o criador e o supervisor de tudo quanto existe – sentimento que leva ao respeito pelas leis emanadas daquele poder, à reverência pela vida e pelos semelhantes. Por outras palavras, a experiência religiosa é íntima e de natureza exclusivamente pessoal; os atos exteriores de culto e adoração perdem a significação – “Deus é Espírito e em espírito e verdade é que o devem adorar, os que o adoram”: Jesus (João 4:24). É um outro nível de religiosidade, estreitamente aderente à moralidade. Nessa base, Espiritismo é religião”.

Acho que ficou bem claro que o Espiritismo não pode ser institucionalizado sob a forma de religião convencional. “O seu templo é interno, seu ensino é racional e analisável, seus ritos são a prática do bem e a conduta correta. Por isso, esclarece e alimenta qualquer religião formal que o queira adotar e amplia a compreensão de qualquer crente. Não prega moral autoritária – manda conduzir-se de acordo com os princípios éticos do Evangelho”.

O Espiritismo compreende duas partes fundamentais, a Experimental, relativa às manifestações em geral, e a filosófica, relativa às manifestações inteligentes.

O Espiritismo tem três temas ou divisas, que podem ser especificadas do seguinte modo:

MORAL: Trabalho, solidariedade e tolerância.

RELIGIOSO: Fora da Caridade não há Salvação.

CIENTÍFICO: Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre. Esta é a lei.

Vamos, agora, ver uma coletânea de textos de conceitos sobre Religião da lavra de ilustres homens, nem todos espíritas, mas todos sábios e respeitáveis:

GUSTAVE GELEY (1868-1924) – francês, médico, pesquisador e experimentador no campo da Parapsicologia.

“É evidente que a evolução, encarada sob os seus dois aspectos, é infinitamente mais satisfatória do que a evolução orgânica pura, visto responder aos nossos desejos de imortalidade e felicidade e oferecer-nos sanção moral, além de satisfazer ao mesmo tempo o coração e a razão, reunindo em síntese única a Ciência, a Filosofia e a Religião”.

CAMILE FLAMMARION (1842-1925) – francês, astrônomo, escritor e experimentador dos fenômenos espíritas.

“A Religião, a crença em um Deus infinito – e desconhecido para nós – impõe-se a toda entidade que pensa”.

“… seria possível estudar o problema da morte sem tocar nas crenças religiosas? Não! Isso é impossível, desde que tal problema é o próprio fundamento da Religião”.

JOSEPH BANKS RHINE (1895-1980) – americano, bacharel e doutor em Ciências, professor de Fisiologia e Psicologia – impulsionou a Parapsicologia, mostrando o seu caráter científico.

“Para as investigações de Psi não (estão) fora de alcance… o problema da Religião (que) trariam finalmente o Renascimento ao próprio campo da Religião”.

“A Religião ainda poderá salvar o mundo… se puder captar e manter a liderança no conhecimento do lugar do homem como ser espiritual em universo que não é, sabemos agora, baldo de forças espirituais. Tal desafio não é para os que não pensam por si mesmos. O mundo seria, porém, dificilmente digno de salvação se também não existissem os que desejam ver a religião igual a todas as necessidades dos homens, que estão dispostos a trabalhar com todas as suas forças, ao invés de simples fé crédula na autoridade, para ajudar a desenvolver tal força salvadora para si e para o próximo”.

MOHANDAS KARAMCHAND GANDHI (MAHATMA) – (1869-1948) – filósofo, político, místico e pacifista hindu.

“A vida sem Religião é uma vida sem princípio, e uma vida sem princípio é como um barco sem direção”.

“Deixe-me explicar o que entendo por Religião. Não a religião hindu – que certamente para mim tem mais valor que as outras – mas a Religião que está além do Hinduísmo, que transforma nossa natureza, que nos liga indissoluvelmente à verdade interior e que purifica sempre”.

ALBERT EINSTEIN (1879-1955) Físico, matemático e pacifista alemão, naturalizado americano.

“A maia bela e profunda emoção que possamos experimentar é a sensação mística. Ela é a semente de toda a ciência verdadeira. Aquele a quem esta emoção é estranha, que já não tem a possibilidade de assombrar-se e ser tocado por esse impacto, é como se estivesse morto. Saber que o que nos é impenetrável realmente existe e se manifesta, através da mais elevada sabedoria, da mais resplandecente beleza – sabedoria e beleza que nossas débeis faculdades só podem alcançar em sua forma primitiva -, este conhecimento, este sentimento, está no centro da verdadeira Religião”.

HERCULANO PIRES (1915-1979) – jornalista, escritor, professor e expositor brasileiro.

“O conhecimento é um sistema único e integrado. Sua divisão em Ciência, Filosofia e Religião é apenas metodológica. Uma religião sem o apoio lógico e científico é um conjunto de lendas ou de cavilações astuciosas. Uma ciência sem os dados da religião é um corpo sem alma. Ciência, Arte, Religião, desprovidos de arcabouço filosófico não são mais do que esboços imprecisos do que pretendem ser”.

DEOLINDO AMORIM (1908) – escritor e jornalista brasileiro.

“O Espiritismo é, como afirmou Kardec, uma doutrina filosófica de efeitos religiosos. Isto quer dizer que o Espiritismo tem um aspecto religioso, como tem um aspecto científico e um aspecto filosófico”.

“Se as consequências do Espiritismo levam o homem à convicção da existência de Deus, e se esta convicção decorre um procedimento ético tanto quanto possível conformado às leis divinas, porque informado pela compreensão da vida futura e do primado espiritual, é claro que existe uma preocupação religiosa no corpo da Doutrina”.

CARLOS IMBASSAHY (1883-1969) – escritor e metapsiquista brasileiro.

“O fato é o pedestal de todo o majestoso edifício construído pelos Espíritos. Mas esse fato, ou seja o fenômeno, o que nos vem trazer é uma revelação de ordem divina, consequentemente de ordem religiosa”.

CAIRBAR SCHUTEL (1869-1938) – escritor, jornalista, farmacêutico e político brasileiro.

“A Verdadeira Religião desperta altas aspirações e torna-se um liame entre as almas e Deus”.

“Encarando sob todos os aspectos os fatos chamados supranormais – metafísicos e metapsíquicos -, todos eles são outras tantas pedras fundamentais que sustentam o grande edifício a que chamamos Religião”.

CARLOS TOLEDO RIZZINI (1921-1992) – médico, cientista e escritor brasileiro.

“Afirma (William James): “Ciência e Religião são duas chaves, igualmente autênticas, de que dispomos para abrir os tesouros do Universo”. Confronte as duas alavancas de A. Kardec (O Evangelho). O homem utiliza a Ciência, mas vive da Religião. A parte não pode substituir o todo…”

“O erudito pensador Latino Coelho, também cientificamente instruído, expõe que há duas “Religiões” igualmente necessárias ao ser humano: “A Religião da Fé e a Religião do entendimento”. Crer e saber, Religião e Ciência: “Os dois maiores tesouros da humanidade”. Elas completam-se. Não basta a fé para compreender o mundo material; não chega a razão para entender o mundo espiritual, esclarece Latino. Portanto não são nem adversárias, nem incompatíveis, como pretendem o fanatismo, de um lado, e a impiedade, de outro. Há, em suma, dois aspectos na realidade: o religioso e o científico. Tal é exatamente a conceituação de Allan Kardec”.

FREDRICH MYERS (1843-1901) – psicólogo e escritor inglês.

“Tenho motivos para esperar que não estejamos longe de uma síntese religiosa…” “Esta síntese não pode ser obtida nem graças ao domínio de uma das religiões existentes, nem pelo processo de sincretismo ou de ecletismo. A condição prévia, necessária à sua existência, consiste na real aquisição, quer com o auxílio das descobertas, quer em conseqüência de revelações de novos conhecimentos…”

“…o nosso conceito de Religião deve ser ao mesmo tempo profundo e claro, conforme a definição que demos e que é a de uma resposta normal e sadia do espírito humano a tudo que conhecemos da lei cósmica, isto é, a todos os fenômenos conhecidos do universo, considerados como um todo inteligível”. “Queria ver a Ciência, depurada pela Filosofia, transformar-se em seguida pela Religião numa chama abrasadora; porque, na minha opinião, nunca seríamos demasiadamente religiosos”.

SÃO LUÍS (ESPÍRITO) – LUÍS IX – rei da França de 1226 a 1270. Nasceu em Poissy em 1214 e desencarnou em Cartago em 1270, vitimado pelo peste. Participou da 2ª Cruzada. Aprisionado pelos muçulmanos foi libertado, tal as suas virtudes. Participou da Codificação ao lado de outros Espíritos iluminados.

“Os Espíritos não vêm subverter a religião, como pretendem alguns, mas vêm, pelo contrário, confirmá-la, sancioná-la através de provas irrecusáveis. E como é chegado o tempo de substituir a linguagem figurada, falam sem alegorias, dando às coisas um sentido claro e preciso que não possa ser objeto de nenhuma falsa interpretação. Eis porque dentro de algum tempo tereis mais pessoas sinceramente religiosas e crentes do que as tendes hoje”.

Aos poucos, os Mensageiros de Deus, tendo à frente, no nosso orbe, o Mestre Jesus, trarão esclarecimentos de acordo com a nossa evolução.

Maria Madalena Naufal

PRINCIPAIS FONTES

KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos” – Questão 1010-a (na tradução de J. Herculano Pires), 1011 (na tradução de Matheus Rodrigues de Camargo e na de Guillon Ribeiro).

RIZZINI, Carlos Toledo – “Evolução para o Terceiro Milênio” – Tratado psíquico para o homem moderno – EDICEL.

MANCINI, Sérgio – artigo “A Religião, o Saber e a Paz” – RIE – Março de 2000,

GRANDES PERSONAGENS DA HISTÓRIA UNIVERSAL – ABRIL CULTURAL- VOLUME 5.

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